terça-feira, 28 de outubro de 2008

Análise sui generis

Visao | Boca do Inferno – Ricardo Araújo Pereira



Quem se sente açoriano, se não tiver a oportunidade de passar uma tarde a escutar o hino dos Açores (...) cola autocolantes e aprofunda os seus conhecimentos sobre as insígnias honoríficas que o Governo Regional costuma atribuir?

Tenho diante de mim o Kit Autonómico dos Açores. Peço ao leitor que refreie a inveja, que é dos sentimentos mais feios que se pode ter, logo a seguir ao sportinguismo. Uma leitora amiga fez o favor de me enviar o kit, cuidando que eu gostaria de o possuir e de reflectir sobre ele. Tinha razão. Possuí-lo é uma honra, reflectir sobre ele é uma empreitada de tal monta que está fora do âmbito das minhas capacidades. Reflectir, como bem sabe quem me lê habitualmente, não é o meu forte. Também não será o forte de quem me lê habitualmente, caso contrário não o faria. Cogito moderadamente bem, raciocino sofrivelmente, mas sou fraco a reflectir – e o caso exige reflexão. Por sorte, o facto de não saber fazer qualquer coisa nunca me impediu de tentar.

Comecemos pelo princípio. Primeiro, a descrição do kit. À primeira vista, o kit é uma caixa de cartão azul-escura com as palavras «Governo dos Açores» impressas a branco. Há elegância, há sobriedade, há um paralelepipedismo que é discreto sem deixar de ser inovador, que é leal sem deixar de ser, à sua maneira, vigorosamente autonómico. Dentro da caixa, o tesouro inclui: uma bandeira dos Açores; um CD com o hino dos Açores, dois luxuosos autocolantes com a bandeira açoriana para colar em vidro; um folheto sobre as insígnias honoríficas açorianas e uma carta assinada pelo próprio presidente do Governo dos Açores, Carlos César. Sem desprimor para a bandeira, o hino e os autocolantes, a carta é o elemento mais interessante do kit. É certo que a bandeira tem características curiosas, como por exemplo o facto de ser fabricada em Lisboa. Que o símbolo da autonomia dos Açores seja importado do continente é divertido mas, apesar de tudo, corriqueiro. As bandeiras portuguesas com que sublimamos o nosso amor à pátria naquelas duas semanas que duram os eventos desportivos internacionais também são feitas na China. Mas é na carta que Carlos César explica que o Kit Autonómico (a expressão é dele) se destina a promover e fazer respeitar os símbolos dos Açores. Por isso, estes «elementos referenciadores» da vida colectiva regional chegarão a todos os lares açorianos. Eu sou um velho apreciador de elementos, e os meus predilectos são, por coincidência, os referenciadores. É por isso que olho para o Kit Autonómico com um misto de admiração e ciúme.

Admiração porque confesso que não sei como foi possível, para os açorianos, experimentar a autonomia ao longo dos anos sem este útil kit. Quem se sente açoriano, se não tiver a oportunidade de passar uma tarde a escutar o hino dos Açores enquanto contempla a bandeira regional, cola autocolantes e aprofunda os seus conhecimentos sobre as insígnias honoríficas que o Governo Regional costuma atribuir? Ninguém, creio.

Ciúme porque, enquanto continental, exijo um kit parecido. A minha continentalidade tem certamente símbolos que é justo e urgente promover e respeitar. E o meu lar não tem um único elemento referenciador. A crise mundial que espere: é tempo de investir em elementos referenciadores.




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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O VOTO (III)

PORQUE É IMPORTANTE


Como se Vota

Em Portugal

Quinze dias antes de uma eleição ou de um referendo são afixados editais que anunciam o dia, a hora e os locais onde vão funcionar as secções de voto e que dão igualmente a conhecer a distribuição dos eleitores, indicando os números da inscrição dos eleitores que votam em cada uma das secções de voto.

No dia da eleição, as secções de voto estão abertas entre as 08:00h e as 19:00h.

Para votar, o cidadão tem que apresentar perante a Assembleia de Voto – o grupo de pessoas que se encontra nas salas onde se procede à votação - o seu Cartão de Eleitor e o Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão, ou outro documento com fotografia actualizada e que possa ser utilizado para identificação, tais como o Passaporte e a Carta de Condução.

Em troca, o presidente da mesa entregar-lhe-á o Boletim de Voto - o impresso em papel que apresenta os partidos políticos a votação na eleição em causa ou que apresenta escrita a questão a referendar.

De seguida o eleitor deve dirigir-se à Câmara de Voto - um espaço reservado da sala - onde manifestará a sua opinião, preenchendo com uma cruz (X) o quadrado que está à frente da lista, candidato ou opção do Boletim em que deseja votar.

De salientar que, se o eleitor escrever mais alguma coisa no Boletim, o voto será considerado nulo. O eleitor pode igualmente votar em branco, deixando o Boletim de Voto por preencher.

O Boletim deverá ser dobrado em quatro, com a parte impressa voltada para dentro, e entregue ao presidente da mesa. Enquanto o presidente introduz o Boletim na urna, os chamados escrutinadores assinalam o exercício do voto por parte daquele eleitor nos Cadernos Eleitorais.

O eleitor deve de seguida abandonar a secção de voto, lembrando-se que não pode revelar em quem votou até à distância de 500 metros.

No Estrangeiro

Os cidadãos portugueses residentes noutros países que voluntariamente decidam inscrever-se no recenseamento podem votar para a Assembleia e para a Presidência da República.

A identificação destes eleitores faz-se mediante a apresentação do Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão. A residência é certificada com esse mesmo documento ou com o título de residência emitido pela entidade competente do país onde se encontram.

No caso de mudança de residência, o cidadão deverá transferir a sua inscrição para a área da nova residência, dirigindo-se aos serviços de recenseamento no posto consular da área e fazendo-se acompanhar, além do Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão ou do Passaporte, do Cartão de Eleitor antigo.

A inscrição nos cadernos eleitorais por cidadãos portugueses residentes no estrangeiro deverá ser feita nas Comissões Recenseadoras existentes no estrangeiro: no Consulado, na secção consular da Embaixada, nos postos de recenseamento suplementares (estes postos são criados sempre que o número de eleitores ou a sua dispersão geográfica o justificar e a Comissão Recenseadora os decidir abrir definindo em portaria publicada anualmente no Diário da República).

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Em Outubro, em quem vai votar? (Resultado)

PS
8 (24%)
PPD/PSD
5 (15%)
CDS/PP
3 (9%)
PCP
2 (6%)
BE
2 (6%)
Outro
0 (0%)
Nenhum/branco
5 (15%)
Votar para quê?
8 (24%)


Votos apurados: 33

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Abstenção.....................39%

PS............................40%
PSD..............................25%
CDS/PP............................15%
PCP(CDU)............................10%
BE..........................................10%

Como classifica esta legislatura do PS? (Resultado)

Muito Boa
2 (12%)
Boa
3 (18%)
Razoável
4 (25%)
Medíocre
5 (31%)
0 (0%)
Péssima
2 (12%)


Votos apurados: 16

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quem é o pior Secretário do César (Resultado)

SR Presidência
1 (7%)
SR Educação e Ciência
2 (14%)
SR Habitação e Equipamentos
0 (0%)
SR Economia
2 (14%)
SR Assuntos Sociais
3 (21%)
SR Agricultura e Florestas
1 (7%)
SR Ambiente e Mar
1 (7%)
SR Adjunto do Vice Presidente
7 (50%)


Votos apurados: 14


O VOTO (II)

O Voto é talvez o único momento onde se aplica toda a essência do artigo 13.º da Constituição Portuguesa:

Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O VOTO (I)

Começo aqui uma série sobre o voto. Não vais ser muito extensa....talvez 3 postagens.



Como ponto de partida, deixo a pergunta :

Em tempos proclamados de TECNOLOGIA e INOVAÇÃO, para quando o VOTO pela INTERNET?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Será que....

O preço do crude já baixou dos valores atingidos à uns meses nos mercados internacionais por volta dos 150 dólares, tendo todos nós assistido a uma baixa, embora tardia, dos preços dos combustíveis no continente. Ora, nos Açores a tendência era para a manutenção......até à ultima semana em que os preços de venda dos combustíveis começou, milagrosamente, a baixar....

Fiquei intrigado.....será que estamos perto de qualquer acto que possa ser influenciável.....será que....

sábado, 4 de outubro de 2008

A TUBE CAMPANHA

Não quero que se encare o presente post como uma declaração de voto. NÃO É!O voto é secreto e é dessa forma que vou manter o meu sentido de voto. Tentei descobrir no TUBE dos restantes partidos concorrentes um vídeo original e específico das campanha eleitoral a decorrer nos Açores - não encontrei.

Deixo-vos aqui "Melhor é Possível" - Filme de campanha do PSD às legislativas